Crescimento mal estruturado: o prejuízo que começa na operação e termina na reputação

Elysia Facyne
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Robson Gimenes Pontes

A história é comum. A empresa cresce rápido, contrata, anuncia, investe pesado em visibilidade. Mas por trás do aumento de faturamento e dos posts empolgados nas redes, há outro movimento acontecendo — mais silencioso, mais profundo, e muito mais difícil de reverter: a perda de reputação.

Segundo Robson Gimenes Pontes, especialista em estruturação corporativa e expansão sustentável, o crescimento desorganizado não compromete apenas o financeiro. Ele corrói a confiança.

“Quando a operação começa a falhar, o cliente sente. Quando o time não é treinado, o atendimento sofre. Quando o sistema não aguenta, o prazo estoura. E isso tudo vira ruído de imagem, mesmo que a empresa não tenha feito nada de ‘errado’ em termos de comunicação”, explica.

Robson atua justamente nesse ponto: empresas que cresceram além do que suportavam — e que agora precisam recuperar não só processos, mas credibilidade.

“Muitos gestores só percebem o impacto reputacional quando o NPS cai, as reclamações aumentam e os contratos começam a ser cancelados. Mas, em geral, o problema começou muito antes — na pressa em escalar sem base.”

Ele destaca três pontos críticos que fazem com que um crescimento mal estruturado afete diretamente a reputação:

Promessa não cumprida

A empresa prometeu prazo, entrega, suporte — e não conseguiu sustentar. A frustração do cliente é proporcional à expectativa criada. E em tempos de redes sociais, essa frustração se espalha rápido.

Desgaste interno

Funcionários sobrecarregados, metas desconectadas da realidade, rotatividade alta. Isso não apenas compromete o clima interno como vaza para o mercado — seja em sites de avaliação, seja em atendimento mal feito por equipes cansadas.

Incoerência entre discurso e estrutura

O marketing projeta uma imagem de alta performance. Mas o cliente vive uma experiência frágil, lenta, instável. E quando a narrativa não se sustenta na prática, a reputação perde força — mesmo com um bom produto.

Na visão de Robson, o melhor momento para proteger a reputação é antes do crescimento, com uma estrutura preparada para entregar o que será prometido.

“Não adianta escalar a comunicação se a operação vai falhar. O cliente não julga a estratégia — ele julga a entrega.”

Ele reforça que a reputação não se constrói apenas com imagem. Se constrói com consistência.

“Se a base estiver mal resolvida, todo crescimento vira risco — inclusive de imagem.”

Autor: Elysia Facyne

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